Desde criança frequento psicólogos, neurologistas e até psiquiatras que me diagnosticaram com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, o famoso TDAH.

 Iniciei o tratamento com psicoterapia e medicação, eu tinha apenas 10 anos e não entendia muito bem o que estava acontecendo, e acabei descontando minhas angustias e medos na alimentação, fazendo com que tivesse um aumento de peso significativo. A adolescência foi uma das fases mais complicadas até então, por estar acima do peso, com a autoestima muito baixa, inseguranças, afetando todo o meu emocional, me tornando alguém muito dependente emocionalmente dos outros ao meu redor.

  Quando comecei a faculdade de psicologia fui entendendo mais sobre o TDAH, comecei a descontruir muitas crenças que tinha referente a mim, o que fazia sentido pra minha vida. Aos poucos a rotina foi mudando e os comportamentos também.

  Me fazia pequenas perguntas e não sabia responder de acordo com o que sentia, parecia que as minhas escolhas e opiniões eram baseadas a partir das minhas relações, das escolhas delas e aqui digo relações em geral, família, amigos, colegas de trabalho. E por não saber pequenas coisas sobre mim, me colocava em relações tóxicas, abusivas, achando que era o que eu merecia e deveria viver, por estar cheia de traumas e crenças limitantes, não sabendo agir diferente do padrão.

  A partir do término de um relacionamento, decidi que era o momento em que eu que precisava me olhar com seriedade e comprometimento, me dar mais atenção. Decidi que iria começar um processo de autoconhecimento, com psicoterapia e sim, esse foi um dos objetivos traçados em tratamento com a minha psicóloga.

Autoconhecimento é o ato de investigar a si mesmo, descobri aspectos sobre a minha personalidade, a visão de mundo, valores e objetivos. Não foi e não é um processo linear, é cheio de altos e baixos. Mas se posso te dar um conselho (como paciente) é, esteja aberto a este processo, pois nele terá o mais importante aprendizado da sua vida, aprender sobre si mesmo.

  E aprender sobre si, não é apenas navegar na superficialidade, que é conhecer apenas a camada maquiada de nós mesmos. O processo de autoconhecimento nos leva a uma confrontação com um “eu” que pode até nos assustar, pois detecta pontos fortes e fracos e habilidades que precisam ser desenvolvidas.

  Aprendemos a tomar decisões melhores e a fazer escolhas com mais segurança no dia a dia, respeitando os teus limites pessoais e desejos. O autoconhecimento incentiva o conhecimento de si mesmo.